Muitos anos atrás, Augusto Cury, em entrevista à revista Claudia, falando sobre nossas
crianças e jovens, afirmou que “Nunca tivemos uma geração tão triste”. E por que?
Vivemos hoje na sociedade do eletroeletrônico, onde tudo é acessado de maneira rápida e
online. Nossos pequenos vivem hoje entre quatro paredes, com os olhos presos nas telas de
celulares, computadores, ipads, videogames. Tudo se passa nas telas. A vida, seja ela, real ou
virtual movimenta-se a uma velocidade surpreendentemente rápida, a ponto de dar inveja a
qualquer corredor de fórmula 1. Mas esses mesmos estímulos passam a ser prejudiciais e
podem levar nossos adolescentes a tornarem-se seres intolerantes e artificiais. São incapazes
de fazer uma pausa para admirar e contemplar o belo: o cantar de um pássaro, o arrepio de
uma brisa fresca, o estalar das folhas caídas das árvores, o tilintar dos pingos da chuva caindo
sobre suas cabeças e corpos, o calor do sol, o brilho de um estrela... Tornam-se pessoas
menos tolerantes, contentando-se com “pouco”. Nunca houve um aumento tão grande de
suicídio entre nossos jovens.
O cenário não parece nada favorável não é mesmo? Mas lembre-se: quem está no comando?
Essa é a grande resposta que vem sendo respondida de maneira errônea por tantos pais. Pais
precisam ensinar seus filhos. Precisam orientá-los. Precisam cruzar suas vidas. Precisam dar
exemplos. Precisam trocar experiências boas e ruins. Precisam mostrar um mundo diferente
daquele que vivem no seu dia a dia. Precisam fazê-los perceber que o consumismo não é a
chave para felicidade. Precisam mostrar que as frustrações e decepções fazem parte da vida,
assim como as dores das perdas e derrotas. Pais precisam ser pais. Filhos precisam ser filhos.
Pais precisam de seus filhos. Filhos precisam de seus pais, e precisam urgentemente!
Mas.... Meu filho não quer sair de casa, do computador, do celular, do whatsapp... Façamos
um acordo? Você tem 2 horas de computador se fizer 2 horas de atividade ao ar livre. Nessas
duas horas, tente mostrar o que de belo existe no mundo. Por isso, prefira os esportes ao ar
livre. Leve-o para correr, andar de bicicleta, skate, patinete, patins. Brinque de pega pega,
polícia e ladrão, esconde-esconde. Desperte a imaginação. Crie jogos e brincadeiras. Reúna os
amigos para um pic-nic no parque. Crie o dia do “off-line” para a família. Matricule-o em
atividades esportivas que priorizem o contato com a natureza e com os demais.
Os esportes ao ar livre trazem grandes benefícios a seus praticantes. Não importa se faz sol ou
chuva, mas sim o resultado desses momentos e da percepção de se poder realizar algo.
Experimente fazer seu filho pular corda durante 2 minutos dentro de casa. Depois experimente
leva-lo a um parque onde ele possa pular corda com outras crianças. Não serão apenas 2
minutos, mas 20, 30, 40... O esporte une as pessoas, mais ainda se é realizado em contato com
a natureza. A sensibilidade, a concentração, o senso crítico, a generosidade são trabalhados de
maneira muito mais intensa quando estamos em contato com o belo e natural. A ansiedade
diminui e a alegria aumenta. O corpo fala daquilo que experimenta.
Assim sendo, vamos em frente! Pais, lutem por seus filhos! Façam-no perceber que o mundo é
muito maior do que ele imagina. Que o mundo vai muito além daquela pequena telinha. Que o
mundo vale a pena. Quem disse que é fácil? Mas tenho certeza de que vocês conseguem. Que
vocês são capazes. E sabe por que? Simplesmente porque vocês são pais!